domingo, 7 de setembro de 2008

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

"Voçe tem que passar no vestibular:" CRÔNICA: Trilogia da transição ou triologia em curso.

Ocupar seu tempo com algo que venha ser útil no devir é sintoma mais constante na contemporaneidade.
Os estudiosos, principalmente das Ciências Humanas e Filosófica, acreditam que estamos vivenciando uma terceira revolução industrial.
O século XIX foi marcado, no plano tecnológico, pela invenção do maquinário a vapor (apesar que a primeira máquina a vapor foi criada na segunda metade do séc. XVIII – séc. este caracterizado como “Século das Luzes/Iluminismo”), fato esse que possibilitou a expansão da maior máquina antes já criada pelo homem: o Trem. Naquela primeira revolução a principal fonte energética foi o carvão, para longo depois ser substituído, gradativamente, pelo petróleo e posteriormente pela eletricidade, no entanto há nos dias atuais uma diversidade de matrizes energéticas: cultivo da energia atômica; cultivo da energia solar; cultivo do álcool... Porém existe, ainda, país que tem como fonte energética principal o carvão, exemplo: China. Saindo da órbita econômica, investigo atmosfera ideológico-cultural deste período. A grande invenção artística foi sem dúvida o Romance impresso em livro, com capitulo com inicio meio e fim, de origem burguesa e como aspecto filosófico ( diluindo em prosa – teve como divisor de águas, para efeito didático) o Romantismo. No século XX a grande invenção artística foi o cinema – também com gênese no século anterior a sua expansão. Fico obrigado a discorrer um pouco mais sobre este espetáculo de imagens que tanto me fascina e ensina – aqui cabe uma dose moderada de subjetividade. Os maiores exemplos vêm dos paises do Cone Sul, contudo, me prendo há um em especial: o México, apesar que este não pertence ao grupo didático daqueles . Em especial por que guarda semelhanças histórico-social com os demais. Nele o brilhantismo estar com Alexandre Iñárrito e Gael García Bernal.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

"Você tem que passar no vestibular":

Ser formado em cânones e habilitado de genere para a leitura de bacherel não o satisfazia. Jovem, entregara-se à poesia, cheio de sonhos clássicos; com o tempo, passara a escrever apenas por um sentimento compulsório. Seus ouvidos eram somente razoáveis, para tornar-se algo que gostaria muito de ser: músico. Seu irmão Eusébio sempre fora melhor na viola e na composição. Gregório de Matos compulha canções por divertimento. As poesias líricas que escrevia lhe pareciam muito abaixo das de Gongora y Argote. E inúteis. Nas duas mil casas da Bahia, as pessoas estavam mais preocupadas com a concupiscência e a avidez pecuniária do que com espírito. Decidira escrever poemas líricos, mas um poeta não escreve o que quer, senão o que consegue. Sentava-se à escrivaninha, cheio de intenções, e no final via que escrevera versos libertinos, sobre a picardia, o furto, a fornicação. A angústia tomava contra dele. Odiava as funções de desembargador na Relação Eclesiática, conhecia bem os pecados e a hipocrisia do clero. Como tesoureiro da Sé via os roubos e o uso desavergonhado que muitos padres faziam do dinheiro. Mantinha-se naqueles cargos apenas pelos proventos e imunidades que recebia. [...]. Sentia-se um covarde, em comunhão com o que ao mesmo tempo detestava e admirava.

FONTE:

MIRANDA, Ana. Boca do inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 2006

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Nova coluna do jornal-blog: "Você tem que passar no vestibular": CRÔNICA: A arte da física



Não saco nada de Física

Literatura ou Gramática

Só gosto de Educação Sexual

E eu odeio Química, Química, Química

(Renato Russo - Letra da Música: Química)

Visto dois filmes: Moça com Brinco de Pérola (Estados Unidos/Inglaterra/Luxemburgo 2003) ; Crime Delicado (Brasil 2005) , comecei relacioná-los com o que aprendi nas aulas de Óptica Geométrica.


No segundo filme tem uma ausência total do preto, ou melhor, quase total, porém o grande calor dos corpos iluminados é devido à absorção total de todas as cores, ou seja, o preto não reflete nenhuma cor. Porquanto, a penumbra e/ou a sombra que aparece nos momentos de maior temperatura corporal se relaciona diretamente com o lado obscuro do filme, fato este que remete a feliz escolha do titulo do filme.


No outro filme vi melhor ilustrado o conteúdo da Óptica Geométrica em um diálogo, mais ou menos assim: - Olhe pra nuvens, que cores você vê? – Vejo apenas o branco! – Olhe direito! – Ah, sim, sim, vejo vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
De sorte que, tem um raio de convergência e paralelos entre esses dois filmes. Primeiro, a convergência se dar na escolha do ponto iluminado: os dois pontos são extraídos de camadas discriminadas pela grande parte da sociedade, um é empregada doméstica e o outro é portador de necessidades especiais (vulgarmente: “aleijado”, no filme em questão é uma "aleijada"). Já o paralelismo vem através da total dependência do corpo iluminado e do não iluminado: ambos necessitam de um e do outro para brilhar.

domingo, 3 de agosto de 2008

Lapidar: ... Lima Barreto - Os Bruzundangas

A sociedade da bruzundanga mata os seus talentos, não porque os desdenhe, mas porque os quer idiotamente mundanos, cheios de empregos, como enfeites de sala banal.
O meio inconsciente de que ela se serve para tal fim, é o casamento.
O rapaz começa a fazer ruído e logo todos o cercam, já os de sua camada, já os de camada superior, se é de extração modesta.
É natural que ele encontre entre tantas damas da roda que o cerca a do seu pensamento.
Ei-lo casado; a mulher, porém não pode compreender sábio que não ganhe muito dinheiro e viva modestamente. Não comprende nem Spinosa, nem Fabre. Se não se faz católico praticamente, o rapaz, para arranjar bons empregos, faz-se charlatão, acólito de políticos, já não medita, perde a pertinácia, para as pesquisas originais, publica compilações rendosas e enche-se de cargos públicos e particulares. É esta a trajétoria de todas as "esperanças" intelectuais da Bruzundanga.
FONTE:
LIMA BARRETO - OS BRUZUNDANGAS
PS: Agradeço a Célia Nascimento pelo texto impresso e a Fonte.